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Pezinhos de lã

Pezinhos de lã

A Oeste, tudo de novo

Este ano, contrariamente ao costume, não passei as férias no Algarve. Por razões várias fui, com a minha família, para a zona do Oeste, mais precisamente para Peniche.

Na minha juventude, já tinha passado dois verões por ali, nas Caldas da Rainha, mas desde então, apenas voltei a Óbidos, para mostrar essa linda vila muralhada à minha filha.

Confesso que tinha um pouco de receio de apanhar vento, céu nebulado e a água fria. Sou das que costuma dizer que, tempo sempre bom e água quente é no Algarve, não há que enganar. Porém, fui surpreendida pela positiva e posso dizer que adorei estas férias, pois no tempo que ali fiquei, quase 10 dias, esteve praticamente sempre sol, e a água do mar manteve-se numa agradável temperatura de 19/20 graus.

Além disso, uma das vantagens do Oeste é que fica tudo perto: a 20/30 minutos de carro pode-se visitar muitos outros locais de interesse. Assim, fomos à Foz do Arelho, que já conhecia, mas que adorei revisitar e onde comi o melhor hamburguer da minha vida, no Bar da praia "7 vaga"; demos um pulo a S.Martinho do Porto, cuja baía me deixou de boca aberta (parece a Nice portuguesa...), ao ponto de me imaginar a viver ali, perfeitamente bem, e ainda houve tempo para passar na Nazaré, mostrar a praia "das ondas gigantes", que faz as delícias dos surfistas de todo um mundo, à minha pequena e comer um peixinho fresco que me soube pela vida! 

Sinceramente, nacionalismos à parte, cada vez gosto mais do meu país, pequeno em dimensão, mas enorme nas suas praias e paisagens, na gastronomia, nos monumentos, na sua música, nas suas gentes...

É entrar no carro e não recear seguir à aventura, por caminhos diferentes dos usuais, Norte ou Sul, litoral ou interior, montanha ou mar, há muito para ver e para viver no nosso Portugal ... No meu caso, (re)descobri o Oeste e fiquei maravilhada!


 

O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald, 1925

Este foi o meu primeiro livro de praia, nestas férias de verão.

Não posso dizer que adorei, mas gostei de viajar até à América dos loucos anos 20 e entrar na vida agitada de Jay Gatsby, um militar provinciano, de origens humildes, que conseguiu ascender socialmente, por circunstâncias diversas, tornando-se num homem muito rico e excêntrico.

Gatsby não esqueceu Daisy, uma jovem mulher rica e mimada, com quem tinha mantido uma relação, na sua juventude, mas que não pudera desposar, pela sua condição social, e regressa convicto de que a reconquistará, pois crê, de forma ingénua e obsessiva, que Daisy não o esqueceu.

 No entanto, ela é agora uma mulher casada, com o odioso Tom Buchanan, que tudo fará para manter este casamento, mesmo que o mesmo seja infeliz e de fachada.

Conseguirá Gatsby, herói da guerra apaixonado, oferecer à fútil e fria Daisy Buchanan razões suficientes para que ela volte a acreditar e a querer o seu amor?

 Com a história deste triângulo amoroso e das restantes personagens que gravitam à sua volta, nomeadamente de Nick Carraway, o narrador, percebemos que o “sonho americano” é uma utopia, pois continuam a existir barreiras intransponíveis, assimetrias sociais que sempre houve na sociedade americana, contrastando o materialismo, o luxo e os exageros de uns, com as dificuldades e a pobreza sentidas por tantos outros...

Por outro lado, mesmo nas classes sociais mais privilegiadas, observa-se que as relações humanas são frívolas e superficiais, baseadas em interesses vários e estatuto social. É uma sociedade decadente, deslumbrada pelo dinheiro fácil, onde escasseiam os ideais, os valores e a moral...

 Pela sua atualidade, apesar de ser um clássico da literatura, recomendo a leitura desta obra prima de Fitzgerald.

 

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