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Pezinhos de lã

Pezinhos de lã

A morte saiu à rua num fim de dia assim

Há duas noites fui a um velório.

Nunca me tinha acontecido ir ao velório de um jovem rapaz, morto de forma trágica e violenta, quase à porta de casa.

Um acidente terrível, do qual foi a única vítima mortal. Não violou nenhuma regra de trânsito, não se colocou nem pôs ninguém em perigo. Alguém dizia, até, que era um jovem muito cuidadoso na estrada, simplesmente, estava parado num cruzamento, de pisca posto, para virar para o seu bairro...No sítio errado, à hora errada...

Eu, que também sou mãe, fiquei muito transtornada com a visão daquela mãe completamente dilacerada pela dor da perda do seu menino, do seu confidente, do seu grande amor... Um filho criado com tanto carinho, um jovem na flor da idade, com imensos projetos e uma vida inteira para os concretizar. 

Como se fica depois da morte de um filho?

Não sei responder.

Só sei que aquela vida, com todos os seus sonhos, foi ceifada numa fração de segundos e que aquela família, por mais que o tempo passe e atenue o sofrimento, não voltará a ser o que era antes desta fatalidade. 

Sei, também, que as pessoas conduzem de qualquer maneira: completamente distraídas, com  excesso de alcool, sob o efeito de drogas ou de medicação que afeta a condução, a enviar mensagens no telemóvel, a discutir em altos berros com o parceiro que vai ao lado, depressa demais... Enfim, de forma muito inconsciente e inconsequente, ignorando que o veículo que têm nas suas mãos é, também, uma arma perigosíssima, muito eficaz a matar vítimas inocentes.

Neste caso, infelizmente, esta inconsciência foi fatal...

 

 

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