Não percebo
Já não chegam os dedos das duas mãos para contar as pessoas, algumas muito chegadas, que o cancro me levou.
Só mulheres, todas com menos de 50 anos, conto cinco.
Uma delas era a minha melhor amiga.
Nunca pensei que, chegados a este tempo, em que tantos avanços se observam em termos de novas tecnologias, invenções e robótica, ter um cancro fosse uma sentença de morte. É assustador e é muito triste.
É também incompreensível esta situação, em certa medida: inventou-se, em tão pouco tempo, uma vacina contra a Covid e não se vêem avanços assim para melhorar os tratamentos contra o cancro, tão invasivos, dolorosos e destruidores, nem tão pouco, a sua cura?
Não percebo.