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Pezinhos de lã

Pezinhos de lã

Paz podre

Não vou escrever sobre a guerra na Ucrânia, pois não me sinto capaz.

Falhou-me a voz, as mãos tremem-me e o coração passou a bater descompassado, ao som dos passos que se aproximam de uma qualquer fronteira, porto de abrigo, refúgio, garante de segurança...

Assisto, incrédula, a uma guerra que não era suposto acontecer, agora...  na Europa.

Sofro por ver como, de um dia para o outro, a vida dá uma volta e nos deixa, literalmente, sem chão, sem o nosso chão mãe, chão pai, chão sagrado...

Não imagino, sequer, o que será deixar tudo para trás e fugir com muito pouco, o mínimo, que nem chega a ser o essencial.

De quantas mochilas precisamos para guardar toda uma vida?

Há quem diga que tudo estava previsto e que, na verdade, vivíamos numa ilusão, numa paz podre.

Detesto esta expressão.

Podre serão os corpos dos soldados que, de um lado e do outro, tombam cravejados de balas... (Alguns, miúdos ainda. Crianças...)

Antes uma paz pobre do que a podridão de uma guerra.

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